O desafio da Meta

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Trabalhar com metas é fundamental para o desenvolvimento das empresas e de seus profissionais. Quando há metas bem definidas, com o compromisso da equipe e um sistema de recompensas por mérito, a companhia cria um senso de responsabilidade coletiva pelo resultado, desenvolve a motivação, estimula em seus colaboradores a disposição para assumir riscos em busca de resultados melhores, gera inovação e promove a aprendizagem.

Por outro lado, metas inalcançáveis ou recompensas inadequadas podem proporcionar o efeito contrário, gerando frustração e resultados medíocres. Muitas vezes, a linha divisória entre uma meta motivadora ou uma meta frustrante nem sempre é claramente visível, especialmente quando a empresa tenta desbravar territórios desconhecidos ou inovar.

Por isso, o momento de contratar as metas com os colaboradores pode ser um período de grande tensão, um verdadeiro desafio para a liderança da empresa. Exploro neste artigo algumas abordagens que podem ajudar você a estabelecer metas transformadoras para o seu negócio.

1. Conheça a sua linha de chegada

As metas são um caminho para o alcance de grandes resultados no longo prazo. Para se escolher adequadamente suas metas, inicialmente, é necessário obter uma visão de qual é a linha de chegada, qual é o estado da arte que se pretende alcançar a longo prazo. Em outras palavras, sem saber onde se quer chegar, é impossível saber se suas metas estão levando você na direção correta.

Para saber onde se quer chegar a longo prazo, é imprescindível saber onde se está no momento. O uso de dados e a análise deles transformando-os em informações e insights podem revelar o tamanho do abismo entre o Status Quo (o hoje) e o Estado da Arte (a linha de chegada). Para ilustrar esse conceito, imagine um vetor, onde você está em A e quer chegar a Z. O espaço entre A e Z é onde irão se situar suas metas ao longo do tempo. Entre A e Z existe um abismo de desconhecimento. Em outras palavras, você não atingirá a linha de chegada sem romper com o status quo. Bater metas é um longo caminho de aprendizagem até você atingir seus verdadeiros e maiores objetivos.

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Contudo, quando ilustramos nossos objetivos como um vetor, pode parecer que estamos andando sempre em uma direção, porém, a realidade é que objetivos são alvos móveis, e nosso caminho até estes alvos está mais para uma ponte de cordas chacoalhando ao sabor do vendo e do movimento dos passantes, do que uma rodovia asfaltada.

2. Conheça o seu horizonte visível

Estamos inseridos em um mundo dinâmico e entrópico, por isso, saber o nosso ponto A e definir o nosso ponto Z hoje não garante que o caminho permaneça o mesmo amanhã. Por isso, é imprescindível obter feedback a todo instante sobre o caminho e sobre a posição de nossos alvos, de forma que possamos corrigir nossas metas, e ajustar nossas bússolas.

Desta forma, antes de estabelecer sua próxima meta, é necessário auto conhecimento e determinar o seu campo de visibilidade dentro da sua trilha de A a Z. Vamos chamar esse ponto do horizonte de visibilidade de ponto B.

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O nosso horizonte de visibilidade é o espaço onde é possível prever um maior número de variáveis. Em outras palavras, é o trecho do caminho que conhecemos e conseguimos planejar e agir com maior controle da velocidade e dos riscos.

Basicamente, se continuarmos a fazer mais e melhor o que já fazemos com o que já conhecemos, seremos capazes de atingir o ponto B com certa segurança, de forma orgânica, apenas permitindo que as forças inerciais atuem sobre o nosso trajeto.

Dependendo do setor/segmento de seu negócio, esse horizonte de previsibilidade pode ser maior ou menor. Em empresas de tecnologia, estamos falando de poucos meses, enquanto uma empresa de mineração pode prever com relativa facilidade vários anos a frente.

3. Metas além do horizonte visível (não muito)

Uma vez que você conhece seu horizonte visível e sabe onde quer chegar, para estabelecer metas desafiadoras e atingíveis, você precisa assumir uma certa dose de incerteza e incorporar um pouco de aprendizagem no trajeto.

Uma boa meta nos faz aprender algo novo, de outra forma, estaremos apenas crescendo organicamente (e fadados a morrer a médio prazo). Nossas metas nunca devem se situar dentro do horizonte visível, mas devem nos colocar numa posição desconfortável, onde seja necessário fazer diferente alguma coisa do que já fazemos. Apenas desta forma podemos afirmar que estamos caminhando de fato na direção dos nossos objetivos a longo prazo.

Em nossa ilustração, a nossa próxima meta (Ponto C) situa-se além do nosso horizonte visível, porém não muito além. Um grande GAP de conhecimento embarcado em uma meta eleva exponencialmente o risco de fracasso.

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Uma boa meta deve trazer um certo frio na barriga, um pouco de adrenalina para o jogo. Mas não ao ponto de nos fazer entrar em choque e nos imobilizar.

O tamanho do GAP de conhecimento que vamos incorporar às nossas metas é proporcional ao nosso apetite de riscos. É claro que há momentos de uma empresa em que você precisa assumir riscos maiores para mudar de patamar, e muitas vezes, uma meta muito audaciosa não batida traz resultados melhores do que uma meta medíocre superada.

Entretanto, é muito importante que sua equipe vivencie a experiência de bater metas, isso traz um senso de sucesso que eleva a disposição de cada colaborador em aprender e estabelecer metas cada vez mais desafiadoras.

Por isso, é importante saber o nível de risco que sua organização está disposta a assumir, até um limite tolerável e balancear suas metas de forma que cada uma esteja adequada ao nível tolerável de risco enquanto sua equipe (ou os melhores de sua equipe) consigam atingir suas metas.

Num cenário de aprendizagem, nem todo mundo vai bater metas. Se você estabeleceu metas que todos podem bater, certamente você não está posicionando seu alvo corretamente e está deixando de alcançar resultados melhores. É um equilíbrio frágil que precisa ser continuamente gerenciado.

4. O ciclo se repete

Quando você cumpre o ciclo de suas metas, é necessário repetir todo o processo para estabelecer as novas metas: Avaliar se sua posição atual (o novo ponto A) continua apontando corretamente para o norte (o ponto Z), delimitar seu novo horizonte visível já incorporando sua aprendizagem do último ciclo (novo ponto B) e identificar suas metas (novo ponto C) incorporando mais uma porção de aprendizagem, equilibrando seu apetite de riscos e balanceando metas desafiadoras mas atingíveis.

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por Michael Cardoso
Sócio-fundador e diretor de operações da JExperts

 
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